eficiência

Amor <3

Texto da uveana Larissa Akemi.

Esse resto de euforia que se externa e me impele a escrever…

Acabo de voltar de mais uma atividade uveana – o dia todo dedicado a medir, cortar, dobrar, montar nosso stand; “olá, você conhece a UVE?”, “hein?… Bom, a UVE é…”; pausa para aula; reunião do GT; casa: contagem dos materiais para o próximo evento.

Admito, sim, sou dada ao frenesi; ao bem-estar que permeia o sentimento da estafa, ao final de um conjunto de esforços no sentido de fazer dar certo.

Tantas pessoas empenhadas em fazer dar certo. Dar certo o quê? Tantas reuniões, gerais e teóricas, para definir o que, exatamente, a UVE quer fazer dar certo. Numa dessas, a gente descobre a dúvida dos próprios membros quanto à capacidade da UVE de fazê-lo. Dar certo como? Dar certo quanto?

Eu, recém-ingressa uveana, insisto em vê-la com o maior otimismo – impossível de outra forma. Talvez só não tenha a bagagem suficiente para balançar minha crença, pueril quiçá, na eficiência de todo o projeto. Mas em que se mede essa eficiência afinal?

Minha visão sobre a UVE é possível que seja egoísta, individualista demais. Todavia, proponho uma análise a esse nível, precisamente: o do indivíduo. A largo das ideologias e dos princípios teóricos da UVE, somos e agimos sobre, com e como indivíduos. Não apenas nós, extensionistas, mas cada uma das pessoas com quem nos encontramos, interagimos e conhecemos. Somos todos sujeitos individuais; concebemos e sentimos o mundo como tais. Cada um percebe sua eficiência de maneira particular.

Para mim, a UVE surgiu em um momento incrivelmente propício no aspecto pessoal. Me trouxe a convivência com pessoas que compartilham dessa mesma “vontade de fazer dar certo” e que, sobretudo, fazem da UVE um espaço de libertação e companheirismo ímpar.

Sob a ótica de cada um dos membros, a UVE se mostra eficiente de alguma maneira e por algum motivo; este que nos faz congregar toda semana sem necessidade de incentivos extrínsecos ou de coação. Sob a ótica acadêmica, entretanto, é possível que a UVE, apesar dos seus dez anos, ainda esteja em um campo abstrato da extensão; onde não se calculam muito bem seus resultados patentes ou se mensura a abrangência dos seus efeitos sobre a realidade.

É como cada uma das nossas crianças: ela cresce, e a gente acompanha, orientando seu desenvolvimento de acordo com os valores que achamos mais pertinentes; mas dando liberdade para que ela revele sua essência no decorrer das atividades.

Ademais, a UVE nos motiva a crescer também. Sou maior hoje, como uveana. Sou mais plenamente eu. Sou mais que eu; pois sou ao lado de tantas pessoas que configuram meu ser. Sou mais completa.

Talvez eu veja a UVE mais como esse palco etéreo de bons momentos – é a concepção condicionada pelo meu interior. Por vezes, esqueço o projeto acadêmico e as demandas inerentes à sua natureza. Reiterando: uma visão possivelmente egoísta e individualista da extensão – no entanto, quase inevitável, quando se percebe a UVE como claro ponto signatário de sentido, significado e gozo ao meu início de graduação.

Sou apaixonada pela UVE e pelo trabalho que desenvolvemos. É como toda paixão, que não se reduz precisamente às explicações. A gente ama consciente de todas as suas imprecisões. A gente ama não explicitando motivos, mas impelidos pela própria motivação que nos dá. A gente ama e isso faz tão bem. A gente ama junto. A gente ama, só.

A gente ama.