curiosidade

Pedagogia da Autonomia

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Texto de autoria dos uveanos Pedro Sousa e Fernando Alves, com base nas reflexões da reunião do dia 11 de julho de 2015.

Em a Pedagogia da Autonomia Paulo Freire busca trazer o educando ao protagonismo junto ao educador – o que parte do reconhecimento do educando como sujeito, diferente da educação tradicional, que o considera objeto de um processo educativo unilateral. Na verdade ele propõe o fim de qualquer desigualdade entre essas duas figuras e apresenta um modelo que permite uma construção mútua do conhecimento. Quem aprende ensina e quem ensina aprende, passando-se a um caráter bilateral.

A educação dialógica é meio mais justo e sincero para construir um mundo em que o professor seja visto como um amigo e não como uma figura autoritária que vai simplesmente transformar o aluno em um mero objeto do sistema educacional. Uma educação dialógica onde o aluno se sente protagonista daquele momento é verdadeira forma de fazer o educando em sujeito da construção do saber.

O processo de transformação do educando em um real sujeito do saber se dá por meio de uma superação que só se permite por meio do pensar crítico. O educando carece de transformar a sua curiosidade em criatividade. Educandos curiosos, inquietos e investigadores são educando mais críticos e isso faz o aluno sair da ingenuidade para a criticidade. No entanto o processo de superação da ingenuidade não se faz sozinho e o educador necessita estar ao lado do educando para que superação se faça.

A prática de educadora não pode ser vista como uma simples passagem de conhecimento e sim um compartilhamento de idéias e experiências que permite educando e educador fazerem uma comunhão de saberes. O educando necessita de constante reflexão crítica de sua prática educadora, pois quando o educador se torna o crítico o educando também se torna crítico e assim a comunhão de saberes entres os dois protagonista faz a superação acontecer.

Paulo Freire coloca o educador como um provocador da curiosidade do educando e responsável por mostrar métodos seguros de aprendizagem, para que a curiosidade não se contente com as respostas do senso comum.

O respeito à identidade cultural é fundamental para a comunhão entre educando e educador. O educador capaz reconhecer as vivências do educando, respeitando as suas experiências promove um cenário capaz de ocorrer troca de saberes sem preconceitos e assim a construção do novo se dá e assim o objetivo da educação, que é o construir saberes se faz e a simples passagem vazia de conteúdo e deixada para trás.

Até mesmo porque para despertar o interesse do educando é necessário que os conhecimentos teóricos estejam contextualizados em exemplos da vivência prática. Um conhecimento puramente teórico possui pouco interesse e utilidade, enquanto um saber puramente prático pode ser, muitas vezes irrefletido, de modo que o ideal é a união de teoria e realidade prática.

As idéias e reflexões de Paulo Freire nesta obra é uma das formas de fazer com que a educação seja mais justa e emancipadora. Infelizmente, uma educação dialógica ainda não é realidade para muita gente que ocupa os bancos escolares e recebe uma educação autoritária e bancária. O caminho para superar a educação autoritária e bancária é tratar educando como sujeito e reconhecer a bilateralidade do processo, é reconhecer o que o estudante pode acrescentar.

O mundo precisa de pessoas inovadoras e criativas, mas tenta ensiná-las a se encaixar nos moldes rígidos determinados pela educação bancária. O que gera pessoas cada vez mais limitadas e alienadas às questões sociais.

A autonomia do indivíduo e sua maior contribuição para o desenvolvimento social e científico só serão realidade quando se reconhecer todos os participantes do processo educativo como sujeitos e, justamente por isso, estes tiverem sua autonomia garantida.